terça-feira, 5 de junho de 2012

Três estilos de capoeira


A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixo(próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

abaixo segue video 

capoeira de angola

 

capoeira regional


 
capoeira contemporânea




quarta-feira, 30 de maio de 2012

História da Capoeira



AO CHEGAREM AO BRASIL, OS AFRICANOS PERCEBERAM A NECESSIDADE DE DESENVOLVER FORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA E REPRESSÃO DOS COLONIZADORES BRASILEIROS. ERAM CONSTANTEMENTE ALVOS DE PRÁTICAS VIOLENTAS E CASTIGOS DOS SENHORES DE ENGENHO. QUANDO FUGIAM DAS FAZENDAS, ERAM PERSEGUIDOS PELOS CAPITÃES-DO-MATO, QUE TINHAM UMA MANEIRA DE CAPTURA MUITO VIOLENTA. 
   OS SENHORES DE ENGENHO PROIBIAM OS ESCRAVOS DE PRATICAR QUALQUER TIPO DE LUTA. LOGO, OS ESCRAVOS UTILIZARAM O RITMO E OS MOVIMENTOS DE SUAS DANÇAS AFRICANAS, ADAPTANDO A UM TIPO DE LUTA. SURGIA ASSIM A CAPOEIRA, UMA ARTE MARCIAL DISFARÇADA DE DANÇA. FOI UM INSTRUMENTO IMPORTANTE DA RESISTÊNCIA CULTURAL E FÍSICA DOS ESCRAVOS BRASILEIROS.

A PRÁTICA DA CAPOEIRA OCORRIA EM TERREIROS PRÓXIMOS ÀS SENZALAS (GALPÕES QUE SERVIAM DE DORMITÓRIO PARA OS ESCRAVOS) E TINHA COMO FUNÇÕES PRINCIPAIS À MANUTENÇÃO DA CULTURA, O ALÍVIO DO ESTRESSE DO TRABALHO E A MANUTENÇÃO DA SAÚDE FÍSICA. MUITAS VEZES, AS LUTAS OCORRIAM EM CAMPOS COM PEQUENOS ARBUSTOS, CHAMADOS NA ÉPOCA DE CAPOEIRA OU CAPOEIRÃO. DO NOME DESTE LUGAR SURGIU O NOME DESTA LUTA.
ATÉ O ANO DE 1930, A PRÁTICA DA CAPOEIRA FICOU PROIBIDA NO BRASIL, POIS ERA VISTA COMO UMA PRÁTICA VIOLENTA. A POLÍCIA RECEBIA ORIENTAÇÕES PARA PRENDER OS CAPOEIRISTAS QUE PRATICAVAM ESTA LUTA. EM 1930, UM IMPORTANTE CAPOEIRISTA BRASILEIRO, MESTRE BIMBA, APRESENTOU A LUTA PARA O ENTÃO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS. O PRESIDENTE GOSTOU TANTO DESTA ARTE QUE A TRANSFORMOU EM ESPORTE NACIONAL BRASILEIRO.


Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas, acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial. Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, enxugou a capoeira, tornando-a mais eficiente para o combate e inseriu alguns movimentos de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana
Em 1937, Bimba fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.  Finalmente, em 1940, a capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade. Começou, então, um longo processo de desmarginalização da capoeira.
Em pouco tempo a notoriedade da capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos capoeiristas tradicionais, que perdiam espaço e continuavam a ser malvistos. Esta situação desigual começou a mudar com a inauguração do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em 1941, por mestre Pastinha. Localizado no Pelourinho, em Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a capoeira em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do centro cunhou em definitivo o termo "capoeira angola" como nome do estilo tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo, já na época do império, a prática da capoeira apelidada, em alguns locais, de "brincar de angola" e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha acabaram adotando-o.
Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.

Instrumentos Utilizados Na Capoeira


Berimbau

O berimbau é o principal instrumento da capoeira. Pode até acompanhar sozinho o jogo. É um arco feito de madeira específica, ligado pelas extremidades por um fio de aço. Na ponta inferior do arco está amarrada uma cabaça ou cuia bem seca que funciona como aparelho de ressonância, aplicada contra o ventre do tocador.
O arame é percutido com uma vareta de madeira, chamada de vaqueta, que o tocador segura com a mão direita, juntamente com o caxixi, acentuando o ritmo através do chocalhar e modificando a intensidade do som com a aproximação ou afastamento da abertura da cabaça na barriga.


Atabaque

O atabaque é de origem africana, são tambores primários cobertos com pele de animal distendida em uma estrutura de madeira com formato de cone vazado na extremidade superior. São utilizados para marcar com as mãos o ritmo da dança. O atabaque também é bastante usado no candomblé e nas danças religiosas e populares de origem africana.
                                                                                                                             
Agogo

Instrumento de percussão de origem africana é formado por duas campânulas de ferro, que são percutidas com uma vareta do mesmo metal, produzindo dois sons, um de cada campânula. 
Vaqueta

É uma vareta de madeira de aproximadamente 40 cm, com uma extremidade um pouco mais grossa. Normalmente, é feita de biriba ou bambu.

Pandeiro

É instrumento de percurssão, composto de um aro circular de madeira, guarnecido de soalhos e sobre o qual se estica uma pele. Se tange batendo o compasso da dança com a mão. Acompanha o canto pela marcação do compasso.

Caxixi

É um instrumento em forma de pequena cesta de vime com alça, usado como chocalho pelo tocador de berimbau, que segura a peça com a mão direita, juntamente com a vaqueta, executando o toque e marcando o ritmo.